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terça-feira, 19 de abril de 2011

Livros da nossa biblioteca sobre o 25 de Abril:


Abril 30 Anos Trinta Poemas de José Fanha, José Jorge Letria

Sinopse


"O QUE RESTA EM NÓS DESSES DIAS?

Já lá vão trinta anos e resta ainda tanto para contar desse tempo que, em algumas vozes, se fez poema e noutras se fez canção e noutras ainda se fez silêncio persistente e magoado. Também em verso pode deixar-se lavrada, para que conste, a memória desses dias, que foram de júbilo e de esperança e que encontraram nas palavras dos poetas o registo secreto e cúmplice, o timbre exaltante e límpido.
Aqui se recordam alguns dos poemas que, trinta anos depois da madrugada de Abril, ajudam a recuperar a memória afectiva de um tempo que foi feito de abraços, de reencontros, de praças floridas como varandas debruçadas sobre o Tejo, sobre a vida.
Que ninguém peça aos poetas para escreverem ou reescreverem a História, já que os materiais com que operam são os do afecto, do sonho e da paixão. Eles não são nem querem ser testemunhas distantes quando o mundo se transforma. Eles também sabem tomar partido, porque a mudança é, em si mesma, um acto poético, um instante de magia. Desses dias ficaram os poemas e, com eles, os retratos cantantes de uma alegria que também em verso se quis partilhar e multiplicar.
Aqui se juntam trinta poemas desses dias, fragmentos de uma memória que a voragem do tempo tenta condenar ao esquecimento.
Estes poemas têm Abril na matriz e não a renegam nem ocultam, porque não podem nem querem. São vozes acrescentadas a outras vozes que aprenderam, na voz dos poetas, o gosto de ser livres.
Trinta anos depois, estes poemas não são nem romagem de saudade nem liturgia nostálgica. São apenas a revisitação sensível de um júbilo que a todos veio lembrar esta verdade soberana: a poesia é a mais livre de todas as liberdades e, em Abril, também desceu à rua para entrar na festa, para tomar o gosto à vida, para passar de boca em boca, respiração vital de um pátria sem temores nem amarras. O que resta ainda em nós desse tempo? Eis uma pergunta para a qual talvez só os poetas consigam encontrar resposta." José Fanha, José Jorge Letria

O Tesouro de Manuel António Pina

Sinopse


Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o 3º ano de escolaridade destinados a leitura orientada na sala de aula - Grau de Dificuldade II.

"O Tesouro" foi publicado em 1.ª edição, em 1994, pela Associação 25 de Abril e pela APRIL, com o alto patrocínio do Presidente da República, Dr. Mário Soares.

Em 1999, assinalando os 25 anos do 25 de Abril, "O Tesouro" deu origem ao filme "Se a memória existe", de João Botelho (selecção oficial da secção "New Territories" do Festival de Cinema de Veneza de 1999).

"Os corações exultaram de alegria e as janelas encheram-se de bandeiras e de cravos vermelhos: os soldados puseram cravos vermelhos nas espingardas e as mulheres esqueceram-se do jantar e das limpezas da casa e correram para a rua com os filhos ao colo e cravos vermelhos ao peito, chorando e rindo, comovidas e confusas; as pessoas que tinham sido expulsas e obrigadas a refugiar-se longe regressaram; as portas das cadeias abriram-se e os presos voltaram, a casa; os jovens vieram da guerra, felizes por estar de novo rodeados dos amigos e abraçar os pais e os irmãos; e os meninos e as meninas puderam pela primeira vez dar as mãos e falar e olhar-se, caminhando lado a lado sem medo de acusações nem de castigos."

A Revolução das Letras de Vergílio Alberto Vieira

Sinopse

Quem primeiro deu o alerta no Quartel das Letras foi o Cabo Clarim que, farto de tocar a recolher, ou porque não, ou porque sim, anunciou de pronto a hora do motim.
Acenderam-se então os holofotes na parada, saíram as letras a correr da camarata e, quando o Comandante-General se levantou, estremunhado, e veio à janela a toda a pressa, à pressa pediu contas a cada sentinela.
"Mas que pouca vergonha é esta?", desaprovou, o boca aberta, a língua em tropel: "Que parece que a tropa virou festa no quartel!"
Não se enganava o Comandante, ao megafone, pois já por toda a parte se ouviam toques de caixa, gaitas e trombone. Se alguém o disse, assim o fez.
As letras queriam viver em liberdade (...)

O Rapaz da Bicicleta Azul de Álvaro Magalhães

Sinopse

O João subiu para a bicicleta, que rangeu aflitivamente. Às primeiras pedaladas, ela respondeu com alguns estalidos, como os dos ossos de um velho que se levanta de uma cadeira, mas pouco depois já rolava pela estrada abaixo. Ele pedalou com mais força e atravessou o ar morno da manhã. Sentia não sabia o quê que o empurrava para diante. Cheirava-lhe não sabia a quê, sabia-lhe não sabia a quê. E esse “não sei quê” era a liberdade. Estava dentro dele e à volta dele, por todo o lado. Também ele era um rapaz numa bicicleta azul e também ele levava a flor da liberdade numa manhã de Abril. Com ela, podia ir até onde quisesse. Por isso, pedalou ainda com mais força e avançou a sorrir na direcção do sol.

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