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quinta-feira, 26 de outubro de 2017

CLUBE DE LEITURA - Histórias Pirateadas

Histórias Pirateadas é um projeto de escrita criativa desenvolvido pelas técnicas da Biblioteca Municipal Lídia Jorge, Ana Miguel e Inês Colaço.
Cada grupo desenvolve um texto a partir de um guião de conto, no qual consta um conjunto de elementos pertencentes a histórias tradicionais, pretendendo-se dar um novo significado às personagens do imaginário infantil.

Neste sentido o projeto teve dois momentos principais.


1.º Momento 26/10/2017
Audição da história criada pela equipa do SABE para ilustrar os objetivos do projeto e apresentação do Guião de Conto, com a proposta de trabalho de produção de texto.

2.º Momento 15/12/2017
Reconto da história criada pelos alunos, através de várias expressões.

Aqui poderás ler a  história criada pelos alunos:  

"O Lobo Matreiro"
Há muito tempo, um pobre e velho pastor vivia numa cabana de madeira, isolada, na encosta de uma verdejante montanha.
O pastor, sempre, que pastoreava as suas ovelhas tinha de estar muito atento porque aparecia um lobo matreiro que atacava o seu rebanho.
No entanto, ele já estava cansado de vigiar e afastar o lobo, sem contar com o enorme prejuízo que lhe dava.
- Já estou farto deste lobo! - queixava-se para ele próprio.
- Tenho de arranjar uma solução definitiva. - decidiu o pastor.
Então lembrou-se que a sua amiga velhinha, que era bastante sábia poderia ajudá-lo.
No dia seguinte dirigiu-se ao sopé da montanha, onde existia uma floresta. A sua amiga morava no meio de uma grande clareira, numa casa de pedra, que partilhava com o Pássaro Verde, muito comilão e guloso por grãos de milho e de trigo.
Quando o pastor chegou à casa da Velhinha bateu à porta "Toc! Toc".
- Quem é? - perguntou a Velhinha.
- Sou eu, o teu amigo pastor – respondeu.
- Como estás? - cumprimentou a Velhinha , abrindo a porta.
- Eu estou bem, obrigado. Mas, ultimamente, tenho tido problemas sérios com um lobo. Ele ataca constantemente o meu rebanho. Por isso, eu lembrei-me que tu poderias ajudar-me.
- Eu conheço alguém que nos pode ajudar a dar uma lição a esse lobo matreiro. Os sete anões…- esclareceu a amiga.
- E onde é que os posso encontrar?
- Eles vivem no outro lado da floresta junto à foz do rio. O Pássaro Verde sabe onde é. Partirão amanhã, logo pelo nascer do Sol.
No dia seguinte, bem cedinho, o pastor iniciou a viagem nas costas do Pássaro Verde.
Quando chegaram à casa dos sete anões, assim que bateram à porta ouviram:
- Quem é? - perguntaram os anões em coro espreitando por uma pequena abertura da porta.
- Vocês não me conhecem, sou de confiança! Sou amigo da Velhinha que vive na grande clareira do outro lado da floresta.
- Entrem, por favor.
O pastor explicou o seu problema aos anões.
- Ah! Esse matreiro! Vamos já procurar a Formiga Rabiga que nos ajudará a dar-lhe uma lição.
Subiram todos para as costas do Pássaro Verde e, muito apertadinhos e bem agarrados uns aos outros, voaram até à casa da Formiga Rabiga.
- Onde estamos? E o que fazemos aqui? – perguntou o pastor .
- Estamos na casa da Formiga Rabiga que fica no meio da sua seara de trigo - respondeu um dos anões.
Toc, toc toc – bateram à porta.
- Quem é? – perguntou a formiga.
- Somos nós, os anões e um amigo - disseram em coro.
- Entrem, se faz favor – convidou a formiga.
Assim que entraram, explicaram-lhe o motivo por que estavam ali.
- Muito bem, já sei o que vamos fazer. Vamos partir imediatamente para a montanha! – ordenou a Formiga Rabiga.
Assim que chegaram, ela pôs em prática o seu plano:
- Eu e o pastor vamos à cabana buscar uma placa de ferro, tintas e pás. O Pássaro Verde volta à floresta para recolher paus e folhas e os anões vão cavar um buraco.
Passado algum tempo, o Pássaro Verde regressou com os materiais pedidos.
Quando decidiram que o buraco já tinha profundidade suficiente, os anões camuflaram a sua entrada com os paus e as folhas. A formiga colocou a placa de ferro, onde havia pintado uma paisagem com ovelhas, perto da entrada camuflada.
Ao final da tarde, eles esconderam-se atrás de uns arbustos e esperaram.
Assim que anoiteceu, o lobo apareceu e correu na direção das ovelhas, (pensava ele tratar-se de ovelhas verdadeiras), saltou sobre elas mas chocou fortemente com o focinho na placa, desmaiou, caiu sobre as folhas e acabou no fundo do buraco.
No dia seguinte, com o nascer do Sol, o lobo recuperou a consciência e viu que estava preso num buraco. Enquanto tentava sair dele, apercebeu-se que o pastor, a formiga, os anões e o Pássaro Verde o observavam.
- Agora já não vais comer as minhas ovelhas. Vamos tirar-te daí e colocar-te num Jardim Zoológico.– disse o pastor.
O lobo sentiu-se tão envergonhado que começou a chorar e pediu:
- Eu sou um lobo de montanha, não me levem para um Jardim Zoológico.
- Mas se ficares na montanha vais continuar a atacar as minhas ovelhas e eu não o posso permitir! – exclamou o pastor.
Foi então que a formiga teve uma ideia que apresentou ao lobo.
- Podes ficar na montanha, se a partir de hoje te tornares vegetariano.
O lobo refletiu um pouco e decidiu aceitar a proposta da Formiga Rabiga, preferia comer legumes do que estar privado da sua liberdade.
Nos dias de hoje, ainda podemos encontrar o pastor, a Velhinha, os anões, o Pássaro Verde, a Formiga Rabiga e o lobo a partilharem uma deliciosa refeição de legumes, vegetais, cereais, frutas e pão feito com a farinha do trigo da seara da Formiga Rabiga.

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