Cada grupo desenvolve um texto a partir de um guião de conto, no qual consta um conjunto de elementos pertencentes a histórias tradicionais, pretendendo-se dar um novo significado às personagens do imaginário infantil.
Neste sentido o projeto teve dois momentos principais.
1.º Momento 26/10/2017
Audição da história criada pela equipa do SABE para ilustrar os objetivos do projeto e apresentação do Guião de Conto, com a proposta de trabalho de produção de texto.
2.º Momento 15/12/2017
Reconto da história criada pelos alunos, através de várias expressões.
Aqui poderás ler a história criada pelos alunos:
"O Lobo Matreiro"
Há
muito tempo, um pobre e velho pastor vivia numa cabana de madeira,
isolada, na encosta de uma verdejante montanha.
O
pastor, sempre, que pastoreava as suas ovelhas tinha de estar muito
atento porque aparecia um lobo matreiro que atacava o seu rebanho.
No
entanto, ele já estava cansado de vigiar e afastar o lobo, sem
contar com o enorme prejuízo que lhe dava.
-
Já estou farto deste lobo! - queixava-se para ele próprio.
-
Tenho de arranjar uma solução definitiva. - decidiu o pastor.
Então
lembrou-se que a sua amiga velhinha, que era bastante sábia poderia
ajudá-lo.
No
dia seguinte dirigiu-se ao sopé da montanha, onde existia uma
floresta. A sua amiga morava no meio de uma grande clareira, numa
casa de pedra, que partilhava com o Pássaro Verde, muito comilão e
guloso por grãos de milho e de trigo.
Quando
o pastor chegou à casa da Velhinha bateu à porta "Toc! Toc".
-
Quem é? - perguntou a Velhinha.
-
Sou eu, o teu amigo pastor – respondeu.
-
Como estás? - cumprimentou a Velhinha , abrindo a porta.
-
Eu estou bem, obrigado. Mas, ultimamente, tenho tido problemas sérios
com um lobo. Ele ataca constantemente o meu rebanho. Por isso, eu
lembrei-me que tu poderias ajudar-me.
-
Eu conheço alguém que nos pode ajudar a dar uma lição a esse lobo
matreiro. Os sete anões…- esclareceu a amiga.
-
E onde é que os posso encontrar?
-
Eles vivem no outro lado da floresta junto à foz do rio. O Pássaro
Verde sabe onde é. Partirão amanhã, logo pelo nascer do Sol.
No
dia seguinte, bem cedinho, o pastor iniciou a viagem nas costas do
Pássaro Verde.
Quando
chegaram à casa dos sete anões, assim que bateram à porta ouviram:
-
Quem é? - perguntaram os anões em coro espreitando por uma pequena
abertura da porta.
-
Vocês não me conhecem, sou de confiança! Sou amigo da Velhinha que
vive na grande clareira do outro lado da floresta.
-
Entrem, por favor.
O
pastor explicou o seu problema aos anões.
-
Ah! Esse matreiro! Vamos já procurar a Formiga Rabiga que nos
ajudará a dar-lhe uma lição.
Subiram
todos para as costas do Pássaro Verde e, muito apertadinhos e bem
agarrados uns aos outros, voaram até à casa da Formiga Rabiga.
-
Onde estamos? E o que fazemos aqui? – perguntou o pastor .
-
Estamos na casa da Formiga Rabiga que fica no meio da sua seara de
trigo - respondeu um dos anões.
Toc,
toc toc – bateram à porta.
-
Quem é? – perguntou a formiga.
-
Somos nós, os anões e um amigo - disseram em coro.
-
Entrem, se faz favor – convidou a formiga.
Assim
que entraram, explicaram-lhe o motivo por que estavam ali.
-
Muito bem, já sei o que vamos fazer. Vamos partir imediatamente para
a montanha! – ordenou a Formiga Rabiga.
Assim
que chegaram, ela pôs em prática o seu plano:
-
Eu e o pastor vamos à cabana buscar uma placa de ferro, tintas e
pás. O Pássaro Verde volta à floresta para recolher paus e folhas
e os anões vão cavar um buraco.
Passado
algum tempo, o Pássaro Verde regressou com os materiais pedidos.
Quando
decidiram que o buraco já tinha profundidade suficiente, os anões
camuflaram a sua entrada com os paus e as folhas. A formiga colocou a
placa de ferro, onde havia pintado uma paisagem com ovelhas, perto da
entrada camuflada.
Ao
final da tarde, eles esconderam-se atrás de uns arbustos e
esperaram.
Assim
que anoiteceu, o lobo apareceu e correu na direção das ovelhas,
(pensava ele tratar-se de ovelhas verdadeiras), saltou sobre elas mas
chocou fortemente com o focinho na placa, desmaiou, caiu sobre as
folhas e acabou no fundo do buraco.
No
dia seguinte, com o nascer do Sol, o lobo recuperou a consciência e
viu que estava preso num buraco. Enquanto tentava sair dele,
apercebeu-se que o pastor, a formiga, os anões e o Pássaro Verde o
observavam.
-
Agora já não vais comer as minhas ovelhas. Vamos tirar-te daí e
colocar-te num Jardim Zoológico.– disse o pastor.
O
lobo sentiu-se tão envergonhado que começou a chorar e pediu:
-
Eu sou um lobo de montanha, não me levem para um Jardim Zoológico.
-
Mas se ficares na montanha vais continuar a atacar as minhas ovelhas
e eu não o posso permitir! – exclamou o pastor.
Foi
então que a formiga teve uma ideia que apresentou ao lobo.
-
Podes ficar na montanha, se a partir de hoje te tornares vegetariano.
O
lobo refletiu um pouco e decidiu aceitar a proposta da Formiga
Rabiga, preferia comer legumes do que estar privado da sua liberdade.
Nos
dias de hoje, ainda podemos encontrar o pastor, a Velhinha, os anões,
o Pássaro Verde, a Formiga Rabiga e o lobo a partilharem uma
deliciosa refeição de legumes, vegetais, cereais, frutas e pão
feito com a farinha do trigo da seara da Formiga Rabiga.
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